O que são?

Cosméticos com menos substâncias sintéticas e que não agridem a pele. Assim são os que levam no rótulo o título de orgânicos ou naturais. No exterior, lojas como a inglesa Body Shop e a americana Burt's Bees vendem de hidratantes a anti-rugas, que prometem conter apenas frutas e vegetais livres de agrotóxicos, misturados a óleos essenciais. Apostando neste novo filão, até o Príncipe Charles - que já tem uma linha de roupas e de alimentos orgânicos - pretende lançar, no ano que vem, sua marca de cosméticos orgânicos, a Prince Duchy's Originals. Com garotas propaganda de peso como Madonna e Cameron Diaz, os produtos têm tudo para virar febre entre a mulherada antenada. A proposta dos cosméticos orgânicos é simples. Ao mesmo tempo em que há uma concentração maior de extratos naturais de flores, sementes e frutas, eles contêm menos ingredientes sintéticos que possam agredir a pele, como corantes e conservantes. A esteticista Sandra Gomes, que cuida da beleza de nove entre dez atrizes famosas e é fã de carteirinha dos orgânicos, garante que esse tipo de produto funciona tão bem quanto os sintéticos, podendo substituir alguns cremes que têm preços exorbitantes.

'Um sintético de qualidade tem princípios ativos fortes, mas também contém cerca de 70% de água e 15% de gordura, o que impede a absorção total da substância ativa pelo corpo. Nos naturais, há uma concentração maior desses princípios e o resultado na pele ou no cabelo, às vezes, é visivelmente melhor', afirma Sandra. A esteticista acredita que muitos que procuram os cosméticos orgânicos também buscam mais qualidade de vida. 'Quem faz esta opção geralmente tem uma sintonia maior com o próprio corpo e com o meio ambiente', comenta.

Para a dermatologista Ediléia Bagatin, da Unifesp, os cosméticos orgânicos podem trazer muitos benefícios para quem tem a pele sensível ou é alérgico e tem dificuldade de se adaptar aos convencionais. 'A quantidade reduzida principalmente de corantes e fragrâncias diminui o risco de reações adversas. É importante lembrar que não é qualquer orgânico que vale a pena, pois ingredientes naturais pedem adição de produtos químicos. Quando a embalagem diz que o cosmético é 100% natural, é melhor desconfiar', alerta Ediléia.

A dermatologista recomenda dar preferência às grandes marcas, pois estas detêm a tecnologia necessária para equilibrar a mistura de ingredientes, sem prejudicar a pele. 'Nos cosméticos mais naturais de empresas menores, há sempre o risco de contaminação. Além disso, é bom testar o produto em uma área pequena do corpo, para descartar a hipótese de alergias', conta.

Outro atrativo dos orgânicos é a produção ecologicamente correta. Seus fabricantes assumem publicamente o compromisso de não fazer testes em animais nem usar espécies de frutas ou flores em extinção. A inglesa Lush, com 13 lojas espalhadas pelo Brasil, segue esta filosofia à risca. Seus produtos são feitos à mão e com uma quantidade mínima de conservantes, privilegiando as altas concentrações dos extratos de frutas, legumes, temperos e óleos.

No Brasil, os cosméticos orgânicos prometem esquentar o mercado. Além da tradicional Granado, que aposta em sabonetes livres de gordura animal e com altas concentrações de flores e frutas, a récem-chegada Florestas traz uma linha com mais de 40 produtos ecologicamente corretos. Sucesso na loja Selfridge's, de Londres, a marca espera conquistar o público brasileiro com sua filosofia diferenciada. Gisele De Luca, diretora da empresa no país, aposta nesta tendência. 'O brasileiro está aprendendo a valorizar algo que já faz parte das culturas americana e inglesa: produtos com o mínimo de química possível, que não agridem o meio ambiente e não usam animais em testes.'

Certificado de beleza e bem-estar

O IBD (Instituto Biodinâmico) e o Ecocert são dois órgãos que fiscalizam e certificam os produtos e processos orgânicos no Brasil. Para receber o certificado, o produto deve estar inserido dentro de normas rígidas de controle, como pureza e segurança, sustentabilidade, eficácia e respeito aos seres humanos e aos animais.

E quanto à fórmula? Um cosmético orgânico deve conter ingredientes orgânicos, claro. Mas em que quantidade? Algumas certificadoras oferecem selos para produtos com 5% ou 10% de ingredientes orgânicos. Outras, como o IBD, só certificam como orgânicos produtos com pelo menos 95% de ingredientes nessa categoria. Não basta, portanto, ser natural.

Na verdade, um estilo de vida...

Denise Silveira, da L'Occitane, explica que os cosméticos orgânicos são uma tendência mundial e praticamente um estilo de vida. "As pessoas têm se preocupado mais com a proteção ao meio-ambiente e procuram evitar usar química no organismo", afirma. Alexandre Flack, da KenzoKi, confirma e diz que estamos diante de uma grande onda de produtos naturais. "O mundo está comprovando sua eficácia", acredita.

Simone Valladares, da Reserva Folio, afirma que, para quem busca status, consumir cosméticos ecológicos também o confere. Mas é um status diferente: o status da consciência. "Se não houver uma revisão do consumo, até aonde nosso planeta vai chegar?", indaga-se.

Fontes:
http://www.manejoflorestal.org/noticia_print.cfm?id=126491
http://www.bolsademulher.com/beleza/materia/cosmeticos_organicos/7788/1

Clique aqui e conheça a loja Cosmética Sustentável, que nasceu deste blog!